Como é o procedimento da mutatio libelli?

Perguntado por: Wilson Ricardo de Nogueira  |  Última atualização: 26. April 2022
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A mutatio libelli, prevista no art. 384 do CPP, é a alteração do conteúdo da peça acusatória, a mudança dos fatos narrados na denúncia/queixa, no curso do processo, pela existência de novas provas contra o réu que possam levar a uma condenação por delito diverso.

Quando ocorre mutatio libelli?

Ocorre quando o fato que se comprovou durante a instrução processual é diverso daquele narrado na peça acusatória.

Qual a diferença entre mutatio libelli e emendatio libelli?

“A emendatio libelli não se ocupa de fatos novos, surgidos na instrução, mas sim de fatos que integram a acusação e que devem ser objeto de uma mutação na definição jurídica.” Já a Mutatio Libelli ocorre quando o fato narrado inicialmente não for observado no âmbito da instrução processual.

Qual artigo da mutatio libelli?

O Código de Processo Penal trata da mutatio libelli no artigo 384. Estabelece duas providências a serem adotadas pelo juiz quando, em conseqüência da prova existente nos autos, se depare com circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na petição acusatória.

Por que o artigo 384 do CPP não está referido como possibilidade no art 617 do CPP?

do Código de Processo Penal, porque em segunda instância é inaplicável o artigo 384 previsto na referida legislação processual, aduzindo que o julgado de segunda instância se ressente de omissão pelo fato de não ter feito qualquer alusão aos termos do artigo 617, primeira parte, do Código de Processo Penal, que ...

Emendatio Libelli (Art. 383 CPP) e Mutatio Libelli (Art. 384 CPP)

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Por que a mutatio libelli não pode ser reconhecida em sede de recurso?

453 do STF, demonstram a impossibilidade da mutatio libelli ser aplicada pelos Tribunais no exercício da sua competência recursal, já que o reconhecimento de fato novo (não contido na acusação), diretamente no julgamento de recurso, implicaria na supressão de instância, o que é vedado pelo ordenamento jurídico vigente.

Por que não pode ser aplicada a mutatio libelli em segundo grau de jurisdição?

Gabarito: CERTO. A “mutatio libelli” está prevista no art. ... A “mutatio libelli” é vedada no segundo grau, sob pena de violação ao duplo grau de jurisdição por supressão de instância. Nesse sentido é o enunciado nº 453 da Súmula da Jurisprudência do STF: “Não se aplicam à segunda instância o art.

O que significa o artigo 385?

385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.

O que é o artigo 41?

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Quem faz a mutatio libelli?

Na mutatio libelli, o próprio juiz pode alterar a acusação, não ficando adstrito aos termos do aditamento.

O que se entende por Emendatio e mutatio libelli?

A emendatio libelli e mutatio libelli são institutos do direito processual penal incidentes na inicial acusatória, cujo efeito implica na alteração da classificação delitiva, seja por erro silogístico ou na narrativa fática.

O que é emendatio libelli de exemplo?

Emendatio libelli, de forma bem simples, é a possibilidade de o juiz mudar o crime que consta classificado na denúncia. Por exemplo, o acusado, denunciado pela prática do crime do artigo 14 da Lei 10.826/03, é condenado no artigo 12 da mesma Lei. ... O juiz não pode mudar o crime assim do nada.

Quais são os requisitos para a utilização da mutatio libelli?

No Mutatio libelli quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não corresponde aos fatos provados na instrução processual; nesse caso, deve o juiz remeter o processo ao Ministério Público que deverá aditar a peça inaugural. Os fatos provados são distintos dos fatos narrados.

É possível a mutatio libelli após a instrução?

tamento pela mutatio libelli, se se convencer, após a instrução probatória que se abre, pelo não-acolhimento, por exemplo, da forma qualificada, nada impede que pugne pela condenação na forma simples. O aditamento, assim como a denúncia original, está sujei- to a recebimento, ou não, pelo magistrado.

O que é o princípio da consubstanciação?

PRINCÍPIO DA CONSUBSTANCIAÇÃO. EMENDATIO LIBELLI. CONFIGURAÇÃO DO TIPO PENAL DESCRITO NO ARTIGO 171 , CAPUT, DO CÓDIGO PENAL . ... POR VIGORAR NO PROCESSO PENAL O PRINCÍPIO DA CONSUBSTANCIAÇÃO, SIGNIFICA QUE CABE AO RÉU DEFENDER-SE DA DESCRIÇÃO FÁTICA CONSTANTE NA DENÚNCIA, E NÃO DA TIPIFICAÇÃO ALI CONTIDA.

Quanto ao rito comum ordinário é correto afirmar?

5a Questão (Ref.: 201604110676) Pontos: 0,1 / 0,1 Quanto ao procedimento comum ordinário disciplinado no Código de Processo Penal, é CORRETO afirmar que: na instrução deverão ser inquiridas, no mínimo, oito testemunhas arroladas pela acusação e oito pela defesa.

Quais são os princípios legais que você identifica no dispositivo do art 41 do CPP?

São eles: a) a exposição do fato criminoso; b) as circunstâncias do fato criminoso; c) a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo; d) a classificação do crime (o dispositivo penal violado); e) o rol de testemunhas, quando necessário; f) a assinatura do promotor.

O que vem a ser Queixa-crime?

Queixa-crime: peça inicial da ação penal privada que é apresentada pelo própria vítima ou seu representante legal, por meio de advogado. Denúncia e queixa-crime são as peças que dão início a uma ação penal. O que as diferencia é a titularidade (capacidade de levar o pedido ao Judiciário).

O que diz o artigo 395?

Art. 395. O réu ou seu defensor poderá, logo após o interrogatório ou no prazo de três dias, oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas.

Por que se discute a eventual inconstitucionalidade do artigo 385 do Código de Processo Penal?

385 do Código de Processo Penal , o qual traduz norma constitucional, inexistente violação ao sistema acusatório propugnado pela Constituição Federal de 1988, eis que a titularidade da ação penal pública foi observada, sendo que a correlação e o contraditório se fazem entre a denúncia e a sentença.

Quando o réu é acusado?

O acusado (réu) é aquele que efetivamente responde a uma ação penal. Isso ocorre após o recebimento da denúncia oferecida pelo Ministério Público e dura até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

O que fazer para que o processo criminal seja justo?

Para que exista um processo justo, é necessário que a legislação infraconstitucional, a sua interpretação e aplicação, parta de seu interlocutor de um ponto necessário em comum, qual seja, o respeito à Constituição Federal.

É possível a aplicação da mutatio libelli em segunda instância?

Não existe mutatio libelli em segunda instância. STF, Súmula 453: Não se aplicam à segunda instância o art.

É cabível emendatio libelli no segundo grau de jurisdição?

A “emendatio libelli” exige que seja assegurada ao réu vista sobre a possível modificação da classificação jurídica do fato. É admissível, em princípio, a “emendatio libelli” em segundo grau de jurisdição. É admissível a “mutatio libelli” em ações penais exclusivamente privadas.

É possível emendatio libelli em segunda instância?

Admite-se o instituto da emendatio libelli em segundo grau de jurisdição. A alteração é benéfica ao réu, visto que a pena prevista para o crime de estelionato é menor que a fixada para o delito de furto qualificado pela fraude.

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