Qual a natureza jurídica do tráfico privilegiado?

Perguntado por: Matilde Kelly de Pinheiro  |  Última atualização: 22. April 2022
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A primeira coisa que a gente deve perceber é que, apesar de ser popularmente chamada de “tráfico privilegiado”, não se trata efetivamente de uma figura privilegiada. Na realidade, tem a natureza jurídica de uma causa de diminuição de pena.

O que constitui o tráfico privilegiado?

Conhecida como “tráfico privilegiado”, a figura traz requisitos cumulativos de modo que será aplicada desde que (i) o agente seja primário; (ii) de bons antecedentes; (iii) não se dedique às atividades criminosas; e (iv) nem integre organização criminosa.

Como caracterizar tráfico privilegiado?

Quantidade e natureza da droga não afastam tráfico privilegiado, decide Gilmar. Se o agente é primário, tem bons antecedentes, não integra organização criminosa e não se dedica a atividade ilícita, deve ser reconhecido o tráfico privilegiado.

Qual o artigo do tráfico privilegiado?

“Nos termos do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, os condenados pelo crime de tráfico de drogas terão a pena reduzida, de um sexto a dois terços, quando forem reconhecidamente primários, possuírem bons antecedentes e não se dedicarem a atividades criminosas ou integrarem organização criminosa.

Quando é considerado tráfico privilegiado?

O tráfico privilegiado é a diminuição de pena prevista no parágrafo 4º, Art. 33 da Lei 11.343/06 (conhecida como Lei de Drogas) às pessoas condenadas por tráfico de drogas quando forem primárias, tiverem bons antecedentes e não integrarem uma “organização criminosa”.

Lei de Drogas - Tráfico Privilegiado I

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Quantos anos pega um réu primário por tráfico?

A pena será de 5 a 15 anos, a depender dos critérios subjetivos da causa. Por outro lado, há fixação de pena de reclusão de 3 a 10 anos e multa, segundo o art.

O que afasta o tráfico privilegiado?

"O tribunal de origem afastou o tráfico privilegiado única e exclusivamente por força da quantidade da droga apreendida (338 gramas de maconha), que levou à presunção de dedicação a atividades criminosas", destacou o ministro.

O que diz o artigo 33?

Art. 33 - O sentenciado a que sobrevem doença mental deve ser recolhido a manicômio judiciário ou, à falta, a outro estabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada a custódia. Tempo de prisão preventiva ou provisória ou de internação em hospital.]

Qual é o significado do artigo 33?

A lei 11.343/2006, que define os crimes relacionados à prática do tráfico ilícito de drogas, em seu artigo 33, prevê que dentre as diversas condutas que caracterizam o crime de tráfico está o ato de entregar a consumo ou fornecer drogas, mesmo que seja de graça.

O que é 157 no Código Penal?

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Quais os requisitos para a configuração do crime previsto no artigo 33 3º?

33 , § 3º , da Lei nº 11.343 /2006, faz-se necessário o preenchimento de determinados requisitos, sendo eles: agir em caráter eventual (sem continuidade ou frequência); atuar sem objetivo de lucro (não sendo viável alcançar qualquer tipo de benefício ou vantagem); que a conduta atinja pessoa do relacionamento do agente ...

Qual é a pena para o artigo 33 sendo réu primário?

O artigo 33 da lei brasileira sobre drogas prevê a pena de reclusão de 5 a 15 anos para qualquer pessoa que seja condenada por tráfico ilícito ou produção não autorizada de drogas.

O que é considerado réu primário?

Esse tipo de réu é conhecido pelo fato de uma pessoa não ter sido condenada anteriormente por nenhum crime. O termo foi criado para ser o contrário do termo que define o “reincidente”, ou seja, quando o réu já foi condenado e julgado anteriormente.

Porque segundo entende o STF o crime de tráfico privilegiado não constitui crime equiparado a hediondo?

Tráfico privilegiado não afasta natureza de crime hediondo, diz TJ-SP. A incidência da causa de diminuição de pena do artigo 33, §4º, da Lei de Drogas, não afasta a natureza de crime hediondo ou equiparado, tampouco exclui a tipicidade, do crime de tráfico de drogas.

Quando surgiu o tráfico privilegiado?

Trafico privilegiado é uma figura especial do crime de trafico ilícito de drogas, previsto somente com o advento da lei 11.343/06, no seu art. 33, §4º. Presidente Prudente.

É possível aplicar o 4º do Art 33 da Lei de Drogas As mulas?

Até recentemente, a jurisprudência desta Corte Superior estava consolidada no sentido de que o agente transportador de drogas, na qualidade de mula do tráfico, integra organização criminosa, não fazendo jus, portanto, à causa especial de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006.

Qual a pena para 33?

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.

Quantos anos e o tráfico de droga?

O Supremo Tribunal Federal decidiu que a multa mínima prevista no artigo 33 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), que tipifica o crime de tráfico de entorpecentes, é constitucional. O dispositivo estabelece pena de reclusão de cinco a 15 anos e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.

É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena base?

Ações em curso não podem ser consideradas para aumentar a pena-base, diz nova súmula. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou súmula proibindo que inquéritos policiais e ações penais ainda em andamento sejam usados para aumentar a pena do acusado acima do mínimo legal.

Qual o valor da fiança para tráfico de drogas?

O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder dentro de três limites: um a dez salários mínimos (R$ 415 a R$ 4.150) para infrações com pena máxima de prisão de até dois anos; cinco a cem salários mínimos (R$ 2.075 a R$ 41.150) para penas de até quatro anos; e dez a duzentos salários mínimos (R$ 4.150 a R ...

Quando o réu pode responder em liberdade?

Porém, ter direito a responder em liberdade vai depender da gravidade do caso. "Primeiro temos que saber por qual crime a pessoa foi acusada. Se for lesão corporal grave ou tentativa de homicídio, por exemplo, o juiz pode negar o habeas corpus ajuizado pelo advogado", comenta o advogado Adriano Martins de Sousa.

Quais são as vantagens de ser réu primário?

Ao ser julgado como réu primário o acusado terá como benefício:
  • Pena privativa de liberdade cobvertida em restritivas de direito (artigo 44 do Código Penal);
  • A aplicação da pena levará em conta a primeridade, podendo diminuir o tempo de retenção (artigo 59 do Código Penal);

Quando não é mais réu primário?

Assim, segundo a jurisprudência dominante dos tribunais, após os cinco anos o réu não mais será reincidente, mas terá maus antecedentes, pois se entende que os antecedentes não se apagam, leva-se para sempre.

Quando perde o direito de ser réu primário?

63, do Código Penal, deixa de ser réu primário aquele cujo delito anteriormente praticado já tenha sentença condenatória transitada em julgado, ou seja, quando não mais couber recurso da mesma.

Como saber se a pessoa é réu primário?

É chamado tradicionalmente de “primário” o réu que não havia sido anteriormente condenado por sentença transitada em julgado. Seu conceito é na verdade a antítese daquele que define réu reincidente, ou seja, o réu já condenado por sentença transitada em julgado.

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