Qual a diferença entre in dubio pro reo e in dubio pro societate?

Perguntado por: Alice Catarina Faria  |  Última atualização: 29. April 2022
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Na dúvida, arquiva-se, tranca-se a Ação Penal ou absolve-se (in dubio pro reo), e nunca se processa, pronuncia-se ou condena-se (in dubio pro societate).

O que é dubio pro societate?

A partir daí, e em sentido contrário, consagrou-se o denominado princípio in dubio pro societate, de modo que a dúvida acerca da autoria delitiva deve ser dirimida em favor da sociedade, ou seja, admitindo-se a acusação.

Em que momento se utiliza o in dubio pro societate e em que momento se utiliza o in dubio pro reo?

O princípio do in dubio pro societate determina que, havendo dúvidas sobre determinada matéria em um processo penal, deve-se julgar favorável à sociedade. Este princípio é o contrário do in dubio pro reo, que determina exatamente o oposto – em caso de dúvida, deve-se julgar favorável ao réu.

O que é pro societate?

A revisão criminal pro societate (em favor da sociedade) é aquela que tem cabimento quando os errores in iudicando ou in procedendo ocorrerem em decisão de mérito absolutória transitada formalmente em julgado.

Quando usar in dubio pro reo?

In dubio pro reo é uma expressão latina que significa “na dúvida, em favor do réu”. É um princípio jurídico e está baseado na presunção da inocência, segundo a qual ninguém é culpado até que se prove o contrário. Isso significa que alguém só pode ser condenado se existirem provas concretas.

CONHECE "IN DUBIO PRO REO" E "IN DUBIO PRO SOCIETATE"?

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Qual é o artigo 386?

386, III; 397, III e 415, III); absolvição pela prova de que o réu não é autor ou partícipe (386, IV e 415, II) e absolvição pelo reconhecimento de excludente de ilicitude ou de culpabilidade (art.

O que é o princípio da presunção de inocência?

O princípio da presunção de inocência, como se sabe, está estabelecido no art. 5º, inciso LVII, de nossa Constituição Federal, e é resultado da externalização de norma de intenção protetiva do legislador, por prever que ninguém deverá ser considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Qual o objetivo da aplicação do princípio do in dubio pro societate que vige quando da pronúncia no procedimento do Tribunal do Júri?

A partir daí, nota-se que o princípio in dubio pro societate passou a ser utilizado como justificativa para pronúncia do acusado nos casos de dúvida acerca da autoria, sendo referido entendimento amplamente aplicado pelo Supremo Tribunal Federal [11] e, consequentemente, por todos os tribunais do país.

É inadmitida no Brasil a revisão criminal pro societate?

É inadmitida no Brasil a revisão criminal pro societate. Não cabe revisão criminal de sentença que aplica medida de segurança. Não cabe revisão criminal de sentença cuja pena tenha sido objeto de indulto ou comutação.

O que é in dubio pro operario?

Princípio do in dubio pro misero (ou in dubio pro operario)

Assim, quando houver a hipótese de uma norma comportar mais de uma interpretação possível, em respeito ao princípio da proteção e do in dubio pro misero, o aplicador da lei deve optar pela hipótese mais favorável ao trabalhador.

É possível dentro do sistema processual penal brasileiro que o princípio do in dubio pro societate seja utilizado como regra?

Note-se que, em uma ordem processual garantista, não há como aceitar o princípio ou regra do in dubio pro societate[40], porquanto, a despeito de o juiz natural nos crimes dolosos contra a vida ser o Júri, sem entrar no mérito quanto às vantagens e desvantagens do julgamento pelo Tribunal Popular, é absolutamente ...

Quais são as hipóteses de absolvição sumária?

Posto isso, o artigo 415 do Código de Processo Penal prevê as seguintes hipóteses de absolvição sumária: a) estar provada a inexistência do fato; b) estar provado não ter sido o réu o autor ou partícipe do fato; c) estar demonstrado que o fato não constitui infração penal; d) estar demonstrada causa de isenção de pena ...

Quais os princípios constitucionais que regem a prova no processo penal?

Muitos são os princípios do processo penal que encontram garantia na Constituição Federal, sendo alguns deles, os mais importantes, e que serão abordados nesse trabalho: o princípio da legalidade, da igualdade, da humanidade, do devido processo legal, do contraditório, do juiz natural e do estado de inocência.

O que é uma decisão de pronúncia?

A decisão de pronúncia é aquela que admite a acusação oferecida para encaminhar o acusado a julgamento perante o júri.

O que é o Tribunal do Júri?

Um tribunal de júri é um mecanismo do exercício da cidadania e demonstra a importância da democracia na sociedade. Essa característica se dá porque o órgão permite ao cidadão ser julgado por seus semelhantes e, principalmente, por assegurar a participação popular direta nos julgamentos proferidos pelo Poder Judiciário.

O que é juízo de certeza?

Juízo de certeza: a “verdade” da proposição acusatória

As narrativas apresentadas pela acusação e pela defesa são postas em direto confronto no curso do processo, principalmente, no julgamento em plenário de júri. Os papéis, diante do que se falou acima sobre a ideia de “verdade”, não são comuns.

Quando é cabível a revisão criminal?

É cabível a revisão criminal também nos casos do Tribunal do Júri, podendo o tribunal competente “confirmar a condenação, ou, no juízo revisional, alterar a classificação do crime, reduzir a pena, anular o processo ou mesmo absolver o condenado, nos termos do art. 626 do CPP” (STJ, REsp 1.304.155/MT, j.

Não é possível a correção da dosimetria da pena em sede de revisão criminal?

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, no que se refere à dosimetria da pena, a revisão criminal tem cabimento restrito, “apenas admitida quando, após a sentença, forem descobertas novas provas que demonstrem eventual equívoco do juízo sentenciante, ou na ocorrência de flagrante ilegalidade”.

Não é possível ajuizar revisão criminal em razão do princípio in dubio pro Socieate?

é possível ajuizar revisão criminal somente se houver nulidade posterior à pronúncia, sendo que, neste caso, o julgamento deve ser refeito. não é possível ajuizar revisão criminal em razão do princípio in dubio pro socieate. não é possível ajuizar revisão criminal em razão do princípio da soberania dos veredictos.

Quais as consequências jurídicas da aplicação do princípio in dubio pro reo?

O princípio do in dubio pro reo é um princípio fundamental em direito penal que prevê o benefício da dúvida em favor do réu, isto é, em caso de dúvida razoável quanto à culpabilidade do acusado, nasce em favor deste, a presunção de inocência, uma vez que a culpa penal deve restar plenamente comprovada.

O que acontece quando o réu é Impronunciado?

Dá-se o nome de impronúncia o ato decisório privativo do magistrado que, motivadamente, diante da ausência de provas quanto à materialidade do fato e/ou de indícios suficientes de autoria ou de participação, nega seguimento à ação penal, acarretando na extinção do processo sem resolução do mérito.

Quais são as possibilidades de julgamento antecipado do processo com absolvição sumária do réu explique cada uma delas?

Chamada por alguns doutrinadores de julgamento antecipado da lide, a absolvição sumária no procedimento comum ocorre nas seguintes hipóteses: a) Existência manifesta de causa excludente da ilicitude. b) Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo inimputabilidade.

Quando se aplica a presunção de inocência?

“Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não se prova sua culpabilidade, de acordo com a lei e em processo público no qual se assegurem todas as garantias necessárias para sua defesa”.

Qual artigo presunção de inocência?

Art 5º, LVII, CF -“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.” Sendo assim, o inciso LVII consagra o princípio da presunção de inocência, também conhecido por “princípio da não culpabilidade”.

Quais são as três manifestações do princípio da presunção de inocência?

Desde a sua positivação na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (FRANÇA, 1789), a presunção de inocência adquiriu contornos e manifestações diferentes, as quais assim podem ser agrupadas: Regra de tratamento, Modelo de Processo Penal e Regra Probatória ou de Juízo.

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