O que é necessário para que um quilombo ganhe reconhecimento institucional?

Perguntado por: Matilde Ema de Santos  |  Última atualização: 29. April 2022
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Para que o processo de titulação tenha início, as comunidades interessadas devem entrar em contato com a Superintendência Regional do INCRA do seu estado. A partir daí, o Instituto inicia o estudo destinado à confecção do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do território.

Como reconhecer uma comunidade quilombola?

Documentação em comum para todos os casos
  1. Uma declaração onde o aluno auto define-se como quilombola.
  2. Uma declaração de sua comunidade informando que o aluno é quilombola pertencente a sua comunidade e assinada por 3 (três) lideranças da comunidade ligadas a associação da comunidade.
  3. Cópia do RG/CNH e CPF.

Quais são as etapas para poder ter o reconhecimento das terras das comunidades quilombolas?

O processo de reconhecimento e regularização de terras quilombolas tem muitas etapas. A Fundação Cultural Palmares é a responsável pelo processo de reconhecimento. Já o Incra inicia o procedimento de certificação a pedido da comunidade, de outros órgãos ou por meio de ofício.

Quais os procedimentos para uma comunidade remanescente se tornar certificada?

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  1. Solicitar Certificação de Comunidade. Acessar formulário no botão “Solicitar”, preencher dados do requerente, informando dados da comunidade: nome,município,UF,coordenadas geográficas. ...
  2. Realizar análise. A equipe técnica verificará se a solicitação atende às exigências dos normativos. ...
  3. Receber Ofício.

O que é uma comunidade quilombola certificada?

Comunidades quilombolas certificadas: São comunidades remanescentes de quilombo que possuem ato de reconhecimento publicado no Diário Oficial da União, por meio da Fundação Cultural Palmares.

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O que a lei garante aos remanescentes de quilombo?

CF/88 – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

“Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.”

Como acontece o reconhecimento e a demarcação dos territórios quilombolas?

Para o reconhecimento de uma comunidade como sendo quilombola é necessário, antes de mais nada, do reconhecimento de tal título pelos próprios membros da comunidade, através da autodefinição; em seguida, é feito um levantamento histórico e cultural para saber qual é a relação da população com o território que ocupa.

Como o reconhecimento do direito à terra que ocupam garante as comunidades quilombolas a preservação da sua memória?

O Estado brasileiro reconheceu o direito à propriedade das comunidades remanescentes de quilombos na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 68 do ADCT. E uma série de outras medidas legislativas foram criadas, em tentativa de concretizar a titulação dos territórios pertencentes às comunidades.

Como se dá o processo de regularização fundiária quilombola?

Este tipo de regularização fundiária pauta-se pelo reconhecimento das ocupações tradicionais desses grupos étnicos, possibilitando aos mesmos a oportunidade de resgatar (direito de retorno), por meio da desapropriação, as terras que lhes foram sendo expropriadas ao longo do tempo em virtude de diversos processos, ...

Quem pode ser considerado quilombola?

Os quilombolas são os remanescentes de um grupo étnico-racial formado por descendentes de escravos fugitivos durante o período da escravidão no país entre outros grupos que viviam nos chamados quilombos.

O que caracteriza uma pessoa quilombola?

Quilombola é a pessoa que habita o quilombo.

A origem em comum dos remanescentes de quilombos é a ancestralidade africana de negros escravizados que fugiram da crueldade da escravidão e refugiaram-se nas matas. Com o passar do tempo, vários desses fugitivos aglomeravam-se em determinados locais, formando tribos.

Quantas terras quilombolas estão em processo de regularização abertos no Brasil?

No último domingo (20), Dia da Consciência Negra, o primeiro e único título de terra quilombola deste ano foi entregue. Hoje,1.525 terras quilombolas estão em processo de regularização no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Qual é o órgão no Brasil responsável pela regularização dos processos de titulação das terras quilombolas?

Na esfera federal, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é o órgão responsável por titular as terras quilombolas seguindo os procedimentos estabelecidos no Decreto Federal nº 4.887 de 2003 e na Instrução Normativa Incra nº 57 de 2009.

O que poderia ser feito para valorizar e respeitar a identidade dos quilombolas e afrodescendentes na atual sociedade brasileira?

O primeiro passo é valorizar os agentes de todas as etnias, apresentando bons modelos de representações afirmativas. “Não se trata de vitimizar o negro ou tratá-lo como mocinho enquanto o branco seria o vilão.

Qual documento garante o direito à propriedade de terra para as comunidades quilombolas?

175 territórios onde vivem 265 comunidades em 16 estados. ... A Constituição Brasileira de 1988, no artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), consagra às comunidades de quilombolas o direito à propriedade de suas terras.

Qual a importância do reconhecimento dos quilombos como comunidades tradicionais?

A proteção dessas comunidades por meio da titulação de suas terras significa, ainda, a preservação da identidade nacional e também de importantes áreas de proteção ambiental, uma vez que são as comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) as maiores cuidadoras desses espaços.

Qual é a importância do reconhecimento das territorialidades para essas comunidades?

O reconhecimento do valor cultural de territórios tradicionais possibilita a regularização das terras como forma de valorizar a autonomia do grupo. Requer-se, portanto, retomar a cultura tradicional como um objeto de preservação que não está intacto à ação do tempo.

Como é a demarcação das terras indígenas e quilombolas atualmente?

Essa demarcação é prevista por lei, assegurada pela Constituição Federal de 1988 e também pelo Estatuto do Índio (legislação específica). A demarcação de terras indígenas é competência da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Como ocorre a distribuição das terras quilombolas pelo Brasil?

O estado com maior número de territórios quilombolas titulados pelo Incra é o Pará, com 60, seguido do Maranhão, com 39. Os estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Rondônia possuem apenas 1 território titulado e outros 9 estados e o Distrito Federal não possuem nenhum.

Porque o Governo brasileiro reconheceu as comunidades quilombolas e demarcação das terras?

É uma forma de autoconhecimento da história nacional e proteção das manifestações culturais que compõem não apenas a identidade dessas comunidades, como também a identidade brasileira.

Quais leis amparam as comunidades remanescentes de quilombos?

Constituição Federal

Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: "Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes títulos respectivos".

Quais são os direitos dos quilombolas?

Mas toda conquista quilombola foi fruto de muita luta. Quilombolas ainda lutam pelo reconhecimento e efetivação de direitos básicos, como acesso à saúde, educação, moradia e terra, entre outros.

Quais leis amparam as comunidades quilombolas?

Lei nº 12.512, de 14 de outubro de 2011

Institui o Programa de Apoio à Conservação Ambiental e o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais; altera as Leis nºs 10.696, de 2 de julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de julho de 2006.

Qual entidade é responsável pela certificação das comunidades?

De acordo com a Fundação Cultural Palmares, atualmente, o Brasil possui 3.475 comunidades remanescentes de quilombos, sendo 2.819 delas certificadas por esta entidade.

Quais os órgãos brasileiros responsáveis pela demarcação das terras indígenas e das terras quilombolas respectivamente?

No governo Temer, a Fundação Nacional do Índio (Funai), vinculada ao Ministério da Justiça, era a responsável pelas terras indígenas. E o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ligado à Casa Civil, pela definição dos quilombos.

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