O que é a teoria da imprevisão contratos administrativos?

Perguntado por: Kelly Neves  |  Última atualização: 1. Oktober 2024
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Pode-se conceituar a Teoria da Imprevi- são, segundo Hely Lopes Meirelles (1990, p. 230), como o “reconhecimento de que a ocor- rência de eventos novos, imprevistos e im- previsíveis pelas partes, autoriza a revisão do contrato para o seu ajustamento às cir- cunstâncias supervenientes”.

O que é a teoria da imprevisão nos contratos administrativos?

A teoria da imprevisão surgiu em meio ao direito privado, como instrumento para viabilizar o cumprimento dos contratos celebrados entre particulares, quando alterada a conjuntura de execução de tais contratos, em contraposição ao ambiente de celebração.

Quando se aplica a teoria da imprevisão?

No Brasil, a aplicação da teoria está prevista, em especial, nos artigos 478 a 480 do Código Civil. Muito conhecida no direito dos contratos, a teoria da imprevisão ganhou novos contornos com o advento da pandemia da Covid-19, quando a crise mundial de saúde afetou gravemente o cumprimento dos acordos.

Quais são os elementos necessários para a aplicação da teoria da imprevisão?

Com lastro na lei, conclui-se que os elementos da teoria da imprevisão são: a) Superveniência de um acontecimento imprevisível; b) Alteração da base econômica objetiva do contrato; c) Onerosidade excessiva.

Qual a diferença entre a teoria da imprevisão e onerosidade excessiva?

Enquanto na teoria da onerosidade excessiva é dever da parte prejudicada demonstrar a desvantagem ocorrida, sem que decorra por sua culpa para então pedir a revisão ou mesmo a resolução do contrato, na teoria da imprevisão cabe à parte demonstrar que o excesso de onerosidade para uma das partes decorreu de fato ...

Teoria da Imprevisão nos Contratos Administrativos

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O que é a teoria da imprevisão?

A teoria da imprevisão, também conhecida como princípio rebus sic stantibus, consiste na possibilidade de revisão contratual ou de sua resolução quando eventos imprevisíveis e extraordinários ocorrem, tornando a execução do contrato excessivamente onerosa ou desproporcional a uma das partes.

O que diz o artigo 478 do Código Civil?

478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato.

Quando o contrato se torna excessivamente oneroso?

Nos casos de onerosidade excessiva, a causa seria a recusa legítima do devedor em cumprir sua prestação. Segundo o Código Civil, a onerosidade excessiva deriva de acontecimento imprevisível e extraordinário capaz de alterar a situação de fato existente à época da formação do contrato.

Quais são os três princípios básicos dos contratos?

No direito contratual, existem 4 princípios básicos que norteiam as relações contratuais, são eles: autonomia da vontade, força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), equilíbrio contratual e boa-fé.

Qual teoria o STJ adota?

O STJ, no entanto, adota a teoria finalista mitigada, segundo a qual o sistema protetivo do CDC pode ser aplicado no caso de quem, mesmo adquirindo produtos ou serviços para o desenvolvimento de sua atividade empresarial, ostenta vulnerabilidade técnica ou fática diante do fornecedor.

O que é fato superveniente em contrato administrativo?

O fato superveniente necessita ser imprevisto e extraordinário, vez que a teoria não se aplica aos casos corriqueiros do diaadia. Além desses requisitos, o fato imprevisto deve alterar a balança econômica do contrato, acarretando a um ou a ambos os contratantes onerosidade excessiva.

O que é fato do príncipe é fato da administração?

O fato do príncipe difere do fato da Administração. Como estudado acima, o fato de príncipe reflete apenas de modo indireto. Por seu turno, o fato da administração corresponde a uma ação ou omissão do Poder Público que reflete diretamente na execução do contrato, isto é, direcionado especificamente ao contrato.

O que é o fato do príncipe?

O Fato do Príncipe ocorre nos casos em que um ato geral e abstrato praticado pelo Estado afeta indiretamente o contrato administrativo, impedindo a sua execução nos termos inicialmente pactuados.

O que é a cláusula rebus sic stantibus?

Dito isto temos que rebus sic stantibus pode ser definida como a cláusula que permite a revisão das condições do contrato de execução diferida ou sucessiva se ocorrer, em relação ao momento da celebração, mudança imprevista, razoavelmente imprevisível e inimputável aos contratantes nas circunstâncias em torno da ...

O que é caso fortuito ou de força maior?

São fatos ou eventos imprevisíveis ou de difícil previsão, que não podem ser evitados, mas que provocam consequências ou efeitos para outras pessoas, porém, não geram responsabilidade nem direito de indenização.

Qual a diferença de caso fortuito e força maior?

Conforme o entendimento supracitado, na pessoa de Rui Stoco, há um novo olhar sobre as instituições do caso fortuito e da força maior, pelo que entende o autor em comento que a força maior está relacionada aos atos humanos, e o caso fortuito ligado à força da natureza.

Quais são os 5 princípios contratuais?

Sendo assim, são princípios contratuais: o princípio da autonomia da vontade, o princípio da obrigatoriedade, o princípio da relatividade dos contratos e o princípio da boa-fé.

Quais são as teorias do contrato?

Quais as duas teorias da formação dos contratos? As teorias da formação dos contratos são: a teoria da vontade, que considera a manifestação interna de vontades das partes como essencial; e a teoria da declaração, que se concentra na manifestação externa, sem considerar a intenção interna.

Quais são os 3 tipos de contratos?

subordinação – o funcionário realiza suas atividades com algum tipo de dependência do seu trabalhado, seja ela uma dependência econômica, técnica, hierárquica, jurídica ou até mesmo social; onerosidade – o contrato de trabalho é remunerado; pessoalidade – o colaborador não pode ser substituído por outro funcionário.

O que é o princípio da revisão dos contratos?

A revisão de contrato é um processo que permite que as partes contratuais modifiquem seus termos e condições após a celebração do acordo original. Esse processo é necessário quando há mudanças nas circunstâncias que afetam o contrato, como alterações nas leis, nas condições econômicas ou de mercado.

Quando uma cláusula é abusiva?

Em resumo: são cláusulas abusivas as que caracterizam lesão enorme ou violação ao princípio da boa-fé objetiva', funcionando estes dois princípios como cláusulas gerais do Direito, a atingir situações não reguladas expressamente na lei ou no contrato.

O que é teoria da onerosidade excessiva?

Segundo a teoria da imprevisão, a onerosidade excessiva se caracteriza perante a ocorrência de fato superveniente à formação do contrato, extraordinário e imprevisível para os contratantes e que torne a prestação extremamente sacrificante para um deles e desproporcionalmente vantajosa para o outro.

O que diz o artigo 422 do Código Civil?

422 do Código Civil: Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

O que diz o artigo 413 do Código Civil?

Tema criado em 30/1/2023.

“2. O art. 413 do Código Civil possibilita a redução equitativa da cláusula penal quando a obrigação principal tiver sido cumprida em parte ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, considerando a natureza e a finalidade do negócio.

O que diz o artigo 247 do Código Civil?

Artigo 247

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.

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