É crime mentir sobre paternidade?

Perguntado por: André Daniel de Jesus  |  Última atualização: 6. April 2022
Pontuação: 4.8/5 (45 avaliações)

Dúvidas sobre a paternidade
Bom, logo de início, já respondemos: mentir sobre a paternidade não é crime, entretanto, a conduta gera efeitos na esfera cível. Ou seja, mentir ou omitir informações sobre a paternidade pode gerar condenação de reparação civil, com o pagamento de indenização ao sujeito enganado.

O que é falsa atribuição de paternidade?

Atribuir a paternidade a alguém que não é o verdadeiro pai pode gerar o dever de indenizar. Vemos, com o passar dos anos, como a aplicação do princípio da responsabilidade civil vem sendo adotado, cada vez mais, no âmbito do Direito de Família.

O que acontece se o exame de DNA der negativo?

E se o resultado for negativo? Caso o resultado do teste de DNA seja negativo, o procedimento administrativo em relação à pessoa indicada como suposto pai é encerrado e arquivado.

É possível esconder a paternidade?

Registrar o filho de outra pessoa é crime, previsto no art. 242 do Código Penal: Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil. Pena: reclusão, de dois a seis anos.

O que acontece se a mãe se recusar a fazer o DNA?

Recusa da Mãe

Quando a mãe se recusa a submeter seu filho ao teste de DNA, não pode ocorrer presunção da paternidade. Esse foi o entendimento da 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo ao negar recurso de um homem que buscava ser reconhecido como pai de uma criança.

Homem enganado sobre a paternidade consegue anulação do registro

33 questões relacionadas encontradas

Pode se negar a fazer DNA?

Então, o exame de DNA é apenas um modo de teste de paternidade. Ele, inclusive, não é obrigatório. Isso porque não se pode forçar um indivíduo a fazer provas contra si mesmo. Porém, aquele que se recusa a se submeter ao exame de código genético gera presunção relativa da paternidade.

Qual o efeito da recusa para a realização do exame de paternidade?

A lei determina que a simples recusa do réu em se submeter ao exame de código genético (DNA) gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.

Quando a mãe esconde a paternidade?

OCULTAÇÃO DE PATERNIDADE PELA MÃE

A ocultação ao pai, pela genitora da criança, do nascimento, ou mesmo a ocultação do fato de ser ele o pai da criança, gera para este um dano moral irreversível, que também é indenizável. Mas a ocultação da paternidade não gera prejuízos somente ao pai.

Estou grávida e não quero que o pai assuma?

Tudo o que a mãe tem que fazer é trazer a a Declaração de Nascido Vivo da criança, seus documentos pessoais e a certidão de casamento. A outra forma de conseguir esse feito é que a mãe traga com ela, no momento do registro, uma declaração formal, por escrito, do pai reconhecendo o filho.

O que é paternidade presumida?

A Paternidade Presumida ocorre quando o pai se recusa a realizar o exame de DNA, que, atualmente, é o meio mais eficaz de se comprovar a filiação.

Qual a porcentagem de um exame de DNA negativo?

Pode dar resultado falso positivo? Não. De acordo com Scarpelli, os exames de DNA têm 99,999% de certeza quando dão positivo. “Para os negativos, a confiabilidade é de 100%.

Qual o entendimento dos tribunais quando o teste de DNA negativo a respeito da paternidade e dos alimentos?

A 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo – TJSP decidiu, em dezembro de 2020, manter o pagamento de pensão alimentícia mesmo após exame de DNA confirmar que o homem não é pai biológico da criança.

Quando o homem se nega a fazer o exame de DNA?

Se durante uma investigação de paternidade, o homem alvo da ação, ou seus parentes, se recusam a fazer o teste de DNA, a Justiça poderá presumir a paternidade. Esse é o entendimento da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça ao julgar uma ação a respeito da convocação de parentes para investigação de paternidade.

O que é uma ação negatória de paternidade?

A ação negatória de paternidade enquadra-se na definição de ação desconstitutiva negativa, ou seja, visa extinguir a relação jurídica de filiação estabelecida entre o suposto pai e o adolescente.

Quanto tempo dura o processo de reconhecimento de paternidade?

Nesse procedimento, o juiz solicita ao suposto pai que reconheça a paternidade de forma espontânea em um prazo, em geral, de 45 dias, para realização de acordos. Caso o suposto pai se negue a assumir a paternidade, ele é chamado em juízo para contestar e fazer o exame de DNA.

É crime não assumir filho?

Segundo o texto legal, dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outra pessoa; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil é considerado um ilícito penal, no qual a pena é de reclusão de dois a seis anos.

Tem como a mãe registrar o filho sozinha?

A mulher solteira pode registrar seu filho sozinha, informando, no Cartório, o nome do pai da criança.

Quanto é o valor da pensão gravídica?

Esse valor é relativo, de 5% a 30% ou 1/3 dos rendimentos de quem está sendo obrigado a pagar. Mas, vale ressaltar que não há nenhuma obrigatoriedade, nem um padrão, podendo essas porcentagens serem alteradas em cada caso visto as necessidades da gestante e das despesas com a gravidez.

Sou obrigada a registrar meu filho com o pai?

Ou seja, com a nova lei, passa a ser também uma obrigatoriedade da mãe fazer o registro de nascimento da criança. Contudo, não se pode esquecer que caso o pai não seja citado no registro, os oficiais indicarão à mãe para que seja feito um indicativo sobre a paternidade.

O que é presunção juris tantum de paternidade?

PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE PATERNIDADE. A recusa imotivada do investigado em submeter-se ao exame de DNA gera presunção juris tantum de paternidade. Caracterizado o desinteresse do investigado em produzir prova essencial ao deslinde da ação, não havendo prova em sentido contrário, imperioso reconhecer a paternidade.

Como comprovar paternidade sem DNA?

É possível a Justiça reconhecer a paternidade sem realização de exame de DNA. A decisão da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não acolheu o pedido de um pai que buscava ver nula ação de investigação de paternidade.

Como obrigar alguém a fazer DNA?

E, afinal o pai é obrigado a fazer exame de DNA? A resposta para esta pergunta é absolutamente não. A legislação brasileira em lugar algum condena ou obriga uma pessoa a fazer exame de DNA. Isto é baseado em um princípio bastante conhecido de que nenhuma pessoa tem por obrigação a produzir as provas contra si própria.

O que ocorre em um processo em que o investigado se recusa em realizar o teste de DNA?

A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.

É possível ou não a condução coercitiva do pai ao exame de DNA?

NÃO. Não é possível a condução coercitiva do investigado (ou de seus sucessores) para a coleta do material genético necessário ao exame de DNA, por se tratar de medida sub-rogatória que viola a liberdade de locomoção do suposto genitor.

Quem paga o exame de DNA na ação de investigação de paternidade?

É válido ressaltar que, apesar do DNA poder ser pago pelo poder público, o tempo de espera é longo. Por isso, é ideal considerar os meios particulares para o exame. Quem paga é o autor do processo. Mas, caso a paternidade seja comprovada, o réu deve ressarci-lo.

Artigo anterior
Como saber se o solo é fértil?
Artigo seguinte
O que acontece quando se toma antibióticos e não faz efeito?